quinta-feira, abril 05, 2007

Reflexos

Negra cidade sob pingos nervosos
Luzes cintilam nas folhas rugosas.
Olho a janela e nela meu reflexo muda de cor e de formas,
Como nas buscas irrequietas dos pensamentos perdidos.
Na consciência do corpo, procuro minh´alma.
No não encontrar das formas e sombras,
Me amedontro em perder-me nas ruelas do inconsciente.
Meu corpo se acalma no sono profundo;
Em lugares desconhecidos encontro-me,
Nos sonhos mais reais do que minha própria realidade.
É fuga?...Não.
É o encontrar-se de si mesmo
Em caminhos não percorridos,
Em conversa com sem rostos,
É respostas sem palavras.
Decifro, decodifico em outros reais
Coisas que hão de acontecer.
Assusta-me... Grito...
Mas quem poderá ouvir surdos gritos?
Entender-me com olhos cegos?
Tem velas e luzes,
Mas fora de foco nada enxergo.
Cuidado; há perigos prementes e inevitáveis.
Arrepio e medo assolam a alma,
Transformo-me em lagarta Com aspirar de borboleta.
Asseguro-me de um só fato:
As figuras e fatos foram registrados,
Cabe a mim traduzi-los,
Cabe a mim dar-lhes voz para serem ouvidos

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