domingo, março 06, 2011

Cisne Negro - O Cisne de Freud

Freud abriu territórios. Incentivou voos. O passado estimula fantasias, traz seus mitos e faz olhar o universo com variadas interpretações.

A história do filme é simples. Nina (Natalie Portman) é uma bailarina que ganha o papel principal na peça “O Lago dos Cisnes”. Na história, uma princesa que se transforma em um cisne branco e precisa do amor sincero de um príncipe para retornar à vida humana. O príncipe, porém, se enfeitiça pelo Cisne Negro, que apesar de dissimulado apresenta o poder da sedução. O Cisne Branco se suicida diante do fato. É a morte do amor idealizado.

O filme trata com genialidade a questão da loucura, do prazer e das paixões. Tudo ao mesmo tempo. A mensagem que o filme me passou foi de que a era das perfeições uma hora chega ao fim. Não adianta sermos perfeitos sem ter paixão por aquilo que se faz.

Entre coisas que destaco, a fotografia é uma delas, ela é densa, e abusa de maneira fantástica das sombras e da luz para dar efeitos chiaroscuros e de tensão. A Trilha sonora é suave que não nos faz esquecer nem por um momento que o ambiente é a dança, a musica, a arte o balé. Referencias e metáforas inteligentes num roteiro que mescla o obvio e o velado, da maneira que tem que ser. Afinal todos conhecem a historia, desde o começo e é obvio a comparação do conflito interno de nina com a história do lago dos cisnes por tanto o final tinha q ser sim obvio e previsível. No entanto não é no suspense que o filme se faz é sim na narrativa na forma que expressa com confusão cortes rápidos e por horas imperceptíveis, ou por vezes bruscos, com a câmera tremida e vista de ângulos alternativos, ou mesmo algumas vezes que os atores parecem olhar pra tela, tudo isso nos faz viver o terror e a luta interna de nina. Ela é uma errante que tem consciência q tem um lado ruim, que tem medo do q pode ser capaz de fazer se se deixar relaxar, se experimentar ser um de seus vários eus.

O Olhar dela é perfeito. A cada olhar dela você entra no seu mundo de perturbação e confusão.

Freud teria enlouquecido ao ver a forma que o diretor trabalhou com os reflexos, espelhos e ate mesmo ao final (quem já viu sabe) com a luta no espelho quebrado. É uma sutileza incrível e beirando a perfeição.

Impactante, inquietante e especialmente envolvente. Difícil esquecer um filme desses tão belo!
O filme incentiva mergulhos interiores, vôos sem fronteiras, travessias infinitas.
Quem tem essa sua sensibilidade não segura a emoção porque compreende a vastidão da alma humana.

Como diz Nina (Natalie Portman) nos últimos segundo do filme:
(...) foi perfeito (...)

3 comentários:

Anônimo disse...

Nossaaaa Cah !!! acredita que eu ainda não vi !!! mas depois do seu post... vejo nesse final de semana. bj
Katia Barros

Bruna disse...

Assisti o filme depois que li a sua postagem e es PERFEITO

Nina seria o que Freud daria como exemplo da sexualidade reprimida. O grande desafio dela é interpretar o cisne negro, a sensualidade, maldade e a luxúria encarnados neste animal que trai a sua irmã pura, o cisne branco.

Grazy Amorim disse...

Estou impressionada ate agora... amei o filme...